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quarta-feira, 13 de outubro de 2010

FOME DE NARCISO

“Não se pode ter uma democracia desenvolvida com uma educação subdesenvolvida” (Corey Booker, Prefeito de Newark, NJ).

Não é preciso ler em jornais, ou em revistas usualmente tidas como polemistas em nosso país – basta vê-lo (ou ouvi-lo) falando, de própria voz, para saber que espécie de política sectarista/maniqueísta tem procurado imputar à nação brasileira. Sua insistência na mesma ‘tecla’ foi sendo tão sistemática que não nos permitiu ter, sequer, dúvidas, sobre seu intento – Luiz Inácio Lula da Silva, antes de perseguir qualquer ‘progresso’ nacional real, buscou preparar um terreno em que se pudesse transformar em herói, em vulto público, erigido a partir do analfabetismo, mas, não obstante, continuando adepto da ignorância geral, como quem se apega a um amuleto ou a um triunfo. Uma vez que sua clientela ‘protegida’ não precise, ao que parece, de grandes alfabetizações, por que, e para que, haveria de necessitar de imprensa livre, jornais e revistas questionadoras, entre outras coisas, das ações governamentais...? Um degrau leva a outro, não resta dúvida...

Lula gosta do palco, e do poder – o que dá quase no mesmo...Ao polarizar (‘eles’ x ‘nós’), ao demarcar, restritiva e aprioristicamente, o lugar nacional do ‘BEM’ (onde ele se encontra) e o do ‘MAL’ (onde estão todos os que lançam qualquer crítica ao seu governo), reserva para si, nada mais, nada menos, que o assento redentor final, da excelência final e indiscutível – porque sim, porque ser poderoso e brincar de herói insuperável é fantástico, desde a época em que somos/fomos crianças...

Todavia, para aquém dos eventos da política humana, o que temos estampado nos cenários públicos não deixa de ser banal, sob um ponto de vista psíquico e comportamental – temos narcisismo e egocentrismo, em ativa e insaciável busca de auto-confirmação, necessidade voraz de ser o centro das atenções e aí manter-se, se possível, para sempre – sem dar espaço a outros centros de atenção, por certo (o que significaria, desnecessariamente, para ele, um exercício saudável de democracia). Agora, qualquer crítica ou oposição que se lhe faça vem ‘do lado escuro da força’..., e, lógico, deve ser combatido e impedido de permanecer lado a lado com o ‘BEM’ (que está com ele, e aí deve continuar...).

Para povos especialmente imaturos sob o ponto de vista emocional, é mais fácil não superar o narcisismo infantil e desenvolver um vício cego e compulsivo pelo poder, traduzido em ditaduras e projetos megalomaníacos de implantação do paraíso sobre a Terra – em que, certamente, as populações pouco estudadas e também emocionalmente imaturas, terão todo o prazer de acreditar.

Não há mal algum em se ter uma origem humilde e vencer socialmente - ao contrário. O que parece inadmissível é glorificar a carência cognitiva presente nessa humilde origem para, na verdade, eternizar o quanto se possa o momento do palco e da própria fama bem-sucedida.

Um comentário:

  1. Concordo, por outro lado ele não tem como dizer ao contrário, afinal, pouco evoluiu no sentido desse crescimento cognitivo a fim de poder mostrar ao povo. Então, lhe resta emoldurar aquilo com o qual lhe serviu, tanto de coroamento ao poder quanto de continuidade no exercício do poder, suas próprias limitações. A candidata que ele elegeu, pelo menos fala inglês...

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