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domingo, 19 de setembro de 2010

OS INIMIGOS DE GIL VICENTE

Cartões polêmicos do artista plástico Gil Vicente
Existe um conceito, nascido na Física, que leva o nome de entropia, e se refere ao ‘grau de desordem’ de um sistema dado. Entenda-se desordem como ausência de forma, e, portanto, de informação ou sentido. Sistemas caóticos, ou seja, aqueles que já não possuem princípio algum de organização, poder-se-ía dizer, são assim, entrópicos, desprovidos de qualquer critério de auto-condução, e, portanto, de qualquer marca distintiva de identidade.

Observando os cartões do artista plástico pernambucano, Gil Vicente (52), tropeçamos e caímos, bruscamente, em cenas-modelo de entropia social, onde, talvez, os ‘personagens’ mais ‘atuantes/marcantes’ sejam, de fato, a faca e o revólver... – objetos que têm como alvo final a própria morte – não impotando mais de quem, afinal... Nesse estado entrópico de coisas, a impossibilidade de interação fecunda entre identidades diversas faz da própria essência da identidade o inimigo principal – ser alguém torna-se ser inimigo dos outros, quase que instantaneamente..., como se, lá no fundo, nascêssemos para sermos inimigos uns dos outros, e nos destinássemos à auto-chacina...

Nessa entropia, porque não há diferenciação, não há valor em nada, tudo é exterminável, porque nada tem o poder de nos prender, reter... Aí a vida não importa mais que a morte, talvez porque, sem valores e ética, já não haja mais qualquer diferença entre as duas.

Um comentário:

  1. Oi, Vania, sou aluna da Nina, e recebi o aviso do teu blog. Gostei muito da tua colocação sobre o que disse a candidata do PV. Não podemos esquecer seu partido de origem...
    E agora sobre este Gil Vicente. Queria acrescentar além do que vc, brilhantemente colocou, que este "artista" retrata pessoas IMOBILIZADAS, que independente de quem sejam estão sem a menor condição de se defender. Trata-se sim, de uma execução. O que me lembrou a iraniana que será enforcada no Irã. Me preocupa que a Bienal de SP dê voz a este tipo de psicopata. E me preocupa também como está a "antena" do nosso mundo que são os artistas. Vide o confinamento dos urubus como obra de arte. No mínimo bizarro.

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