Existe um conceito, nascido na Física, que leva o nome de entropia, e se refere ao ‘grau de desordem’ de um sistema dado. Entenda-se desordem como ausência de forma, e, portanto, de informação ou sentido. Sistemas caóticos, ou seja, aqueles que já não possuem princípio algum de organização, poder-se-ía dizer, são assim, entrópicos, desprovidos de qualquer critério de auto-condução, e, portanto, de qualquer marca distintiva de identidade.
Observando os cartões do artista plástico pernambucano, Gil Vicente (52), tropeçamos e caímos, bruscamente, em cenas-modelo de entropia social, onde, talvez, os ‘personagens’ mais ‘atuantes/marcantes’ sejam, de fato, a faca e o revólver... – objetos que têm como alvo final a própria morte – não impotando mais de quem, afinal... Nesse estado entrópico de coisas, a impossibilidade de interação fecunda entre identidades diversas faz da própria essência da identidade o inimigo principal – ser alguém torna-se ser inimigo dos outros, quase que instantaneamente..., como se, lá no fundo, nascêssemos para sermos inimigos uns dos outros, e nos destinássemos à auto-chacina...
Nessa entropia, porque não há diferenciação, não há valor em nada, tudo é exterminável, porque nada tem o poder de nos prender, reter... Aí a vida não importa mais que a morte, talvez porque, sem valores e ética, já não haja mais qualquer diferença entre as duas.
Oi, Vania, sou aluna da Nina, e recebi o aviso do teu blog. Gostei muito da tua colocação sobre o que disse a candidata do PV. Não podemos esquecer seu partido de origem...
ResponderExcluirE agora sobre este Gil Vicente. Queria acrescentar além do que vc, brilhantemente colocou, que este "artista" retrata pessoas IMOBILIZADAS, que independente de quem sejam estão sem a menor condição de se defender. Trata-se sim, de uma execução. O que me lembrou a iraniana que será enforcada no Irã. Me preocupa que a Bienal de SP dê voz a este tipo de psicopata. E me preocupa também como está a "antena" do nosso mundo que são os artistas. Vide o confinamento dos urubus como obra de arte. No mínimo bizarro.